sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Até Sempre Malangatana!

É com profunda consternação que o CEMD tomou conhecimento do desaparecimento físico do grande "Vulto" da cultura Moçambicana.
Até Sempre Malangatana!




Malangatana
Malangatana(Valente Ngwenya) nasceu em Matalana, Província de Maputo, a 6 de Junho de 1936. Frequentou a Escola Primária em Matalana e posteriormente, em Maputo, os primeiros anos da Escola Comercial.

Foi pastor de gado, aprendiz de nyamussoro ( médico tradicional), criado de meninos, apanhador de bolas e criado no clube da elite colonial de Lourenço Marques.

Tornou-se artista profissional em 1960, graças ao apoio de um arquitecto português que lhe cedeu a garagem para atelier. Acusado de ligações à FRELIMO, foi preso pela polícia colonial quando duma leva de prisões que levou à cadeia, entre outros, os poetas José Craveirinha e Rui Nogar.

Contrariamente aos seus companheiros, não se provou tal envolvimento pelo que acabou absolvido, após quase 2 anos de prisão. No entanto, esta pressão, melhor esta repressão permanente sobre ele teve reflexos bem evidentes na sua pintura.

Vejam-se as obras desses anos e toda a simbologia que deles se desprende de denúnica da opressão. Após a Independência teve vários envolvimentos na área política, tendo sido deputado pelo Partido Frelimo de 1990 até 1994 e foi um dos membros da Frelimo na Assembleia Municipal de Maputo.

Foi um dos criadores do Movimento para a Paz e pertence à Direcção da Liga de Escuteiros de Moçambique. Foi um dos criadores de Museu Nacional de Arte e procurou manter e dinamizar o Núcleo de Arte ( associação que agrupa os artistas plásticos). Muito ligado à criança, colaborou intensamente com a UNICEF e durante alguns anos fez funcionar a escolinha dominical "Vamos Brincar", uma escolinha de bairro.

Impulsionador, no passado, de um projecto cultural para a sua terra natal-Matalana, Marracuene-, retoma-o, logo que a guerra termina, criando-se assim a Associação do Centro Cultural de Matalana, de cujo grupo fundador Malangatana faz parte, sendo actualmente presidente da Direcção.

Desde 1959 que participou em exposições colectivas em várias partes do mundo e a partir de 1961 realizou inúmeras exposições individuais. Tem murais pintados ou gravados em cimento em vários pontos de Maputo e na cidade da Beira e em inúmeros outros paises.

A sua obra, para além dos murais e das duas esculturas em ferro instaladas ao ar livre é composta por Pintura, Desenho, Aguarela, Gravura, Cerâmica, Tapeçaria, Escultura e encontra-se em vários museus e galerias públicas, bem como em colecções privadas, espalhadas por inúmeras partes do Mundo.

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