segunda-feira, 11 de março de 2013

Florbela Espanca

Embarquei esta noite nas naves da aventura
É já mar alto 
E só se vê o céu
Presa da caneta inerte e viva 
Eu doua volta ao mundo 
E o mundo é meu
Embarquei esta noite nas naves sem regresso
Eis-me ao espaço aberto 
 E já perdi o Sol
Presa dos silêncios dos teus olhos 
Arremesso-me às grades 
Estátua de gesso húmida e mole
Embarquei esta noite nas naves dos sem deus
Amanhã não virá 
Se não chamar por ti em êxtases exangues 
Máscara e álibi

Presa dos teus sonhos 
Aonde estão os meus?
Nave dos sonhos 
Dos loucos 
Das luzes da agonia
Faça-se em mim Segundo a 
Poesia


Myriam Jubilot de Carvalho
(Poeta Portuguesa)

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