sábado, 4 de maio de 2013

Até Sempre Nuno Guimarães!


Foi com profunda consternação que tivemos conhecimento do desaparecimento físico do amigo e POETA LUSO-MOÇAMBICANO NUNO GUIMARÃES. Um jovem residente em VILNIUS - LITUÂNIA,  que muito fez pela LUSOFONIA, por MOÇAMBIQUE, por PORTUGAL, pela LITUÂNIA, pela CULTURA, pela FRATERNIDADE HUMANA e pela POESIA.
No IV ENCONTRO DE ESCRITORES MOÇAMBICANOS NA DIÁSPORA, que irá decorrer nos dias 27,28 e 29 de Junho, iremos prestar-lhe HOMENAGEM como estava previsto. Ele merece! Nada será alterado.
Neste momento de DOR, todos os que de uma forma ou outra se consideram amigos do NUNO GUIMARÃES, devem unir-se para concretizar os sonhos que ficaram por realizar, para que ele saiba que valeu a pena lutar por um mundo melhor e mais belo. Os POETAS nunca morrem!
Eternizaremos sua mensagem de fraternidade!
Delmar Maia Gonçalves
www.delmarmg.tk

 -----------------------------------------------------------------------------------------
 
 


Sei que um poeta não morre, a sua obra falará por si. Mas para nós é sempre uma perda importante, até porque ele com o seu valor faz falta neste mundo. Também não era velho, apenas uns 53 anos! 
Paz à sua alma.
Para vós e para o CEMD, sentidos pêsames.
Saudações, Celeste Cortez
http://celestecortez.blogspot.com
http://sabiosmestres.blogspot.com/2007_09_16_archive.html
---------------------------------------------------------------------------------------------------------



Nuno Guimarães nasceu em Moçambique. Viveu em Portugal e em 2006 mudou-se para a Lituânia onde foi assessor cultural da Embaixada de Portugal até 2012. É professor de Português e de Cultura Portuguesa na Universidade de Vilnius e Universidade Vytautas Magnus, Kaunas. Publicou 7 livros de poesia, 5 em Português e 2 bilingues Português-Lituano.



uma morte curta

Hoje morri pela primeira vez.
Uma morte curta
contei segundos
fui relógio à procura do fim do tempo
e ajoelhei-me
vergado por uma chicotada
que se enrolou na cabeça
e deixou os olhos confusos
vendo os telhados no chão
as portas com entradas para o céu
e as janelas, todas circulares
em rodopios encaixilhados.

Uns segundos onde o mundo
coube todo no meu peito,
uns segundos
onde as despedidas correram
as faces todas da vida.

Redemoinhando como um louco
hoje morri pela primeira vez
uma morte curta
contei segundos
e pedi para te poder ver
só mais uma vez.



Nuno Guimarães
in ANTOLOGIA UNIVERSAL LUSÓFONA - RIO DOS BONS SINAIS 2013 



Sem comentários:

Enviar um comentário